Controlando o fogo
Depois de muito tempo sem atualizar esse cantinho pelo qual tenho muito apreço, resolvi passar pro PC, alguns devaneios que tive acerca do fogo, tanto como elemento, quanto como “característica mental”.
O pentagrama mostra, como na obra O homem vitruviano de Da Vinci, o Ser, a Consciência (representado pela cabeça), dominando os 4 desejos, ou os 4 elementos (representados pelos braços e pernas).
Como “tudo é mental” (já dizia Hermes Trismegisto), os elementos, além de suas propriedades e características, representam também estados mentais, os quais nos levam através do pêndulo do Ritmo, nos prendendo a esse mundo de forma que sejamos peças de xadrez, ao invés de enxadristas. A evolução consta justamente em dominar nossos estados mentais; dominar os 4 elementos e aquilo que eles representam. No caso do fogo, este pode ser exemplificado em nossas mentes pela Vontade, e pela paixão.
No caso da paixão (física, psicológica ou amorosa - por objeto, ideologia ou pessoa), ele geralmente está desenfreado, queimando nosso Ser e não permitindo que pensemos de forma racional. A paixão por uma pessoa pode ser um exemplo (que geralmente culmina num sofrimento muito grande, caso não consigamos nos realizar ou sentir retribuídos), mas também a outras coisas. Eu, por exemplo, sou apaixonado por música e, mais especificamente, bateria. Por conta disso, boa parte dos meus gastos e dívidas são relacionados a esse desejo desenfreado de comprar equipamentos, acessórios para bateria, ou até mesmo uma bateria inteira (tenho 2, mas vou vender uma delas). No meu caso, essa paixão possui um fator limitante, que é o meu salário, mas e aquelas pessoas que possuem paixões sem limites? (o fanatismo religioso ou marxismo ultra-radical de alguns, por exemplo)
Se conseguimos pensar antes de falar e agir, vemos o quanto nos preservamos de certos sofrimentos.
Um paralelo que fiz foi utilizando um lampião como exemplo: se o penduramos em segurança em nossas casas, ele – com seu fogo controlado – irá iluminar o ambiente em que estamos, e talvez até aquecê-lo. Caso o derrubemos, as chamas poderão se espalhar rapidamente pelo humilde casebre que construímos e queimar tudo. Perderemos sempre muita coisa.
Controlar as paixões não é nos tornarmos “duros” ou “insensíveis” perante elas, mas saber de onde vêm, para onde nos levarão (caso percamos o controle) e saber usar a razão antes que elas nos dominem, pois essa é a verdadeira Força de Vontade.